EPISÓDIOS
Sinopse
No episódio de hoje, Tintim apresenta a história da primeira engenheira negra do Brasil! Você já ouviu falar dela? Enedina Alves Marques foi uma verdadeira fera! Nascida em Curitiba, em 1913, depois de trabalhar como doméstica e professora, ela se formou engenheira em 1945. Na sua turma de formatura eram outros 35 engenheiros, todos homens e brancos. Enedina era super vaidosa, mas quando visitava obras em construção ela usava macacão e carregava uma arma para assustar os engraçadinhos que faltassem com respeito. Sua trajetória é de pioneirismo e ousadia. Ela trabalhou duro pra conquistar seu espaço e virou símbolo de força e determinação.
E aí, ficou com vontade de saber mais sobre a história dela?
Ouça o episódio para conhecer essa fera! Graaauuu.
“Estuda menina, estuda muito!”
É a frase que ecoa na memória de Lizete Marques quando pensa em sua tia Enedina Alves
Detalhes sobre a trajetória
1913-1981
Curitiba, Paraná
Enedina Alves Marques nasceu em Curitiba, Paraná. Filha de Dona Duca que era lavadeira, vivia com a mãe na casa do Major Domingos Nascimento Sobrinho. A filha do Major, Bebeca, tinha a mesma idade de Enedina e as duas cresceram juntas, criando um laço de amizade. Enedina passou então a frequentar a mesma escola que a menina, para fazer-lhe companhia. Assim ela foi a primeira da sua família a ser alfabetizada. Depois de se formar na Escola Normal, Enedina passou a lecionar no interior do Paraná. Quando voltou a Curitiba, ela viveu na casa do construtor Mathias Caron, onde fazia serviços domésticos em troca de moradia, enquanto seguia estudando e dando aulas em turmas de alfabetização. Em 1938, Enedina começou a fazer o curso complementar em pré-engenharia no Ginásio Paranaense no período noturno. A dedicação e o esforço valeram a pena. Em 1945 ela se tornou a primeira mulher a se formar em engenharia no estado do Paraná e a primeira mulher negra a se formar engenheira no Brasil. Como engenheira ela continuou a sua luta persistente contra preconceitos e teve grandes conquistas. Foi chefe de hidráulica e chefe da divisão de estatística e do serviço de engenharia do Paraná na Secretaria de Educação e Cultura do Estado. Trabalhou ainda no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica. Vaidosa e corajosa, ela tinha personalidade forte. Era conhecida por andar com um revólver na cintura para garantir respeito dos homens. Atirava para cima para assustar os menos respeitosos. Enedina nunca se casou nem teve filhos. Sua história inspira muitas outras mulheres, deixando um legado de inteligência, ousadia e pioneirismo. Uma verdadeira fera!
Links
A casa onde Enedina e sua mãe moraram com o Major Domingos Nascimento Sobrinho, hoje é tombada e é a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN.
Foi entrevistada pelo sociólogo Octávio Ianni em 1961, para a pesquisa "Metamorfoses do escravo", financiada pela Unesco: Entrevista: Octavio Ianni: o preconceito racial no Brasil
Em 2024 ganhou uma escultura em sua homenagem.