Nise da Silveira nasceu em Maceió, Alagoas.  Aos 16 anos, partiu para fazer a faculdade de medicina na Bahia. Lá se formou ao lado de 156 estudantes. Todos homens. Por pensar fora da caixa, foi em presa em 1936. O curioso é que na prisão, a Nise encontrou um monte de gente legal. Lá ela conheceu o escritor Graciliano Ramos que escreveu sobre ela. Encontrou também a Olga Benário, e outras mulheres revolucionárias. Alguns anos depois de sair da prisão, ela passou a trabalhar num hospital psiquiátrico, no Rio de Janeiro. E lá ela mudou para sempre a maneira como seus pacientes (que ela gostava de chamar de clientes) eram tratados.  Nise se revoltou porque esses pacientes eram tratados com muita violência. Ela se recusou a continuar assim e criou um espaço para que eles pudessem ter contato com a arte: a música, a pintura, o artesanato. Ela achava que a arte é pra todo mundo que deseja se expressar, não só pra quem fez aula de pintura e se formou na faculdade. As obras criadas por seus clientes estão expostas no Museu do Inconsciente, que ela criou e está aberto até hoje. Ela criou também a Casa das Palmeiras, uma clínica para reabilitação de pacientes psiquiátricos a partir da expressão artística. Ao chegar na idade de se aposentar, ela sentia que ainda tinha muito para fazer e passou a trabalhar como estagiária na clínica que ela mesma fundou. Seu trabalho virou referência entre médicos e psicólogos do mundo inteiro.